O rei

Muitos hoje falarão todos os clichês possíveis e imagináveis, "morreu o rei do pop", "perdemos um gênio", "ele é insubstituível", mas onde todos que hoje o veneram estavam quando Michael Jackson era o maluco pedófilo que andava por aí vestido como um personagem de filme antigo, desperdiçando dinheiro e obrigando os filhos a embarcarem nessa loucura deixando-os perdidos e assustados exatamente como ele foi na sua infância?

Ao ver a imprensa declarar todo o seu pesar na voz de repórteres e apresentadores, me lembro que essa mesma imprensa gritava aos quatro cantos do mundo todas as falhas de uma pessoa, isso mesmo um ser humano que precisava de ajuda, que se sentia só e perdido em mundo que foi jogado sem escolha ou opção, foi criado como uma mina de ouro e viveu até o seu último dia viciado na pior das drogas que é ser adorado, esse vício não destrói neurônios, mas dilacera a alma.

Quando ouvi Michael pela primeira vez ele já tinha emplacado o grande álbum da sua vida, mas mesmo com tantas músicas não resisti à voz inocente do menino que cantava ABC e I want you back com seus irmãos, paixão essa que levo comigo até hoje e que sei que um dia cantarei para os meus filhos que terão seu próprio ídolo morto, o seu Elvis, serão considerados caretas pelos amigos no começo e depois quando Michael retornar com força serão legais, antenados... a minha vó é quem tem razão quando diz que o rio sempre corre para o mar. :(