segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O conto de fadas da família Batista





Alcides era um jovem viúvo disputado na cidade de Santo Antonio dos Lopes - MA, honesto e trabalhador tinha perdido a esposa por complicações no parto e ficado com a responsabilidade de criar sozinho sua pequena Marinalva. Eliza era mais uma moça prendada da cidade, bem criada e com dotes de costureira fez com graça e habilidade um vestido impecável para ir ao baile de carnaval, e como todo conto de fadas a história dos dois começou assim, com uma dança que gerou uma vida inteira.
Marinalva era pequena e precisava de uma mãe e Eliza estava de braços abertos para recebê-la mesmo em sua inexperiência, a escolhida de Alcides aninhou e cuidou de sua pequena enquanto o marido viajava a trabalho. Ninando e cantando um pequenino grão de areia passaram seus dias e noites vivendo em família.



Alcides tinha pressa em voltar para casa e para os braços e Eliza, essa pressa junto com um amor construído pelos dois gerou quatro filhas Mary Dalva, Maria do Socorro, Francisca Margareth e Conceição de Maria, quatro meninas para aumentar o jardim de Alcides. Mas infelizmente não puderam viver e aprender com ele por muito tempo, Alcides morreu rápido e cedo demais deixando Eliza com cinco crianças e a responsabilidade de sustentá-las sozinha noites e noites em frente a uma máquina de costura. Marinalva cresceu, casou e teve uma filha Mara.
Margareth é a doutora, logo cedo seguiu para João Pessoa e de lá voltou com um diploma, casou-se e teve dois filhos Pedro Filipe e Sara, gosta de viver a vida, de tomar uma cervejinha gelada e de trabalhar, é o exemplo da mulher de semblante leve e que sabe desfrutar do que é bom. Mary Dalva, a Assistente Social, era o "moleque" de saia, desde cedo comandava as brincadeiras e impunha suas vontades sobre os outros tendo Gal Costa como trilha "teco, teco, teco, teco, teco, na bola de gude é o meu viver", prova disso são suas histórias de adolescente que causava sorrisos e confusão num tempo de inocência que não volta mais. Casou-se e teve três filhos Lorenna, Alcides e Edimar Filho.


Conceição é a menina doce, estudiosa e dedicada. Tem histórias clássicas mas uma que eu nunca esqueci é a de uma menina de cabelos revoltos que todos da escola teimavam em chamar de farofa. É um dos símbolos de força dessa família e é quem alimenta a nossa veia artística, casou-se duas vezes e teve dois filhos Yuri e Ana Luiza.
Maria do Socorro é a caçula e que tem o temperamento mais forte, as vezes brincalhona, as vezes lutadora de MMA, pois é vocês lembram-se da farofa? Então, Conceição chamou a colega pelo infame apelido foi ameaçada e levou Maria do Socorro para dar uma lição na amiga, e assim levaram as duas um surra daquelas que terminou na quina da calçada da escola. Voltaram pra casa com o orgulho ferido, mas esqueceram logo isso e seguiram em frente, uma das muitas características dessas mulheres. Socorro casou-se e teve dois filho Thiago e Samuel.
Todas essas histórias tem como resultado a nossa família Batista, família essa comandada por mulheres que souberam unir-se na adversidade, que perderam o pai cedo, que trabalharam quando crianças para auxiliar no sustento da casa, que cuidam dos seus filhos, que lutam uma pela outra com a ferocidade de mulher e que como todo bom conto de fadas tiveram a sua história iniciada num baile, com uma dança que gerou uma vida inteira.