domingo, 26 de fevereiro de 2012

Papai Ozzy



Com 1 ano e 6 meses a Ana Clara me surpreende todo dia, mas são as cenas que eu vejo e que não são diretamente para mim que enchem esse coração de amor. Meu pai me deixou quando eu tinha 13 anos, não vivenciou nenhuma fase importante da minha vida, não me viu crescer, não viu quando me formei, não viu quando saí para buscar meu caminho, mas viu a Ana Clara dentro de mim quando retornou mais de 10 anos depois e me fez acreditar que as coisas se ajeitariam, o que pra variar não aconteceu.
Com o passar do tempo eu aprendi mesmo a viver sem pai e assumo que não me fez falta, na verdade eu nunca entendi toda a adoração que algumas pessoas tinham pelo pai. Eu sempre justificava que o pai da pessoa, diferente do meu, era o melhor pai do mundo e que isso era importante pra ela e pronto, seguia em frente e deixava pra lá, vivendo a minha "nada mole vida".
Quando conheci o Osias não visualizava nele o pai, ele era só meu namorado, um homem engraçado, inteligente, que me faz feliz e que era muito importante pra mim, mas aí vieram os anos e com ele a Ana Clara e eu finalmente entendi a importância de ter pai. Eu assisti a transformação desse homem em pai durante toda gravidez e quando a Ana nasceu vi seu olhar mudar, era um misto de medo e responsabilidade com um amor maior que ele, maior que eu, naquele dia nasceu nossa família.

A gente voltou com o pacotinho pra casa e aí viramos três, papai, mamãe e Ana Clara, ele com tanto carinho e cuidado com a gente que não cuidava dele mesmo, as vezes esquecia de fazer as refeições e ficava tão cansado que literalmente desmaiava quando enfim conseguia dormir, poucas horas já que a Ana mamava de três em três horas e ele levantava sem reclamar para tirar ela do berço e me entregar, além de ficar acordado ao meu lado já que eu tinha medo de dormir com a menina no braço e derrubá-la. Eu não via mais só meu marido, não via nem o pai direito ainda, eu só conseguia ver um super-herói.
Hoje toda vez que ele chega em casa minha filha sai correndo a toda velocidade pra sala e fica esperando na porta pulando e sorrindo numa expectativa linda de se ver que ele entre e quando ele entra é outra festa regada a beijos e abraços apertados. No seu braço ela conta tudo pra ele numa conversa que ele não entende mas faz questão de sorrir e concordar como se soubesse cada palavra que ela está dizendo e eu fico só assistindo essa cena que se repete diariamente.
Com isso eu entendi a importância de ter um pai, a Ana Clara tem um pai presente e amoroso que se preocupa em ser justo e honesto, em educá-la pela conversa e cobrança saudável e não pelo medo, em aprender a melhor forma de ser pai sem deixar de ser amigo e amigo sem deixar de ser pai. A Ana Clara tem muita sorte, uma sorte que eu não tive. Esse amor tão dedicado renderá um porto seguro em que ela sempre poderá ancorar. Obrigada Osias por ser o pai da Ana Clara, obrigada Deus pelo marido e pela filha, pela minha pequena família forjada no amor.

3 comentários:

  1. Obrigado, meu amor. Sou uma pessoa feliz pq tenho vocês duas em minha vida. Agora posso afirmar que sou completo.

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  2. Estou no trabalho, levemente dei uma olhada para ver se alguém olhava para mim. Ninguém olhava. Assim meu olho se encheu de água! Que coisa mais linda, amiga!
    Só desejo mais amor ainda para vocês três!
    Beijos!

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    1. Lorenna, minha amiga, Deus te deu três grandes bênçãos: tua dignidade - que te permite conquistar as pessoas e, com elas, viver momentos inesquecíveis; o Osias - que te acompanha, te ama e está aí, pro que der e vier, além de ser um pai sensacional; e Ana, uma criança linda e que VIVE sorrindo. É amor que transborda, sobra, não falta em momento algum. Graças a Deus! Um beijo no coração de cada um. Vocês são três amados.

      Mariana.

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